Como os meus Leitores sabem, tenho vindo a defender uma mudança de paradigma da sociedade atual para uma sociedade de Valor Humano.
Numa Sociedade desta natureza o valor monetário deixará de existir por incompatibilidade estrutural e conceptual. Não sou o único a propor uma mudança tão profunda, nem de algum modo sou inovador na matéria de acabar com o dinheiro.
Aliás, a grande mudança de paradigma que proponho está no destaque do Valor Humano e na sua preponderância. O fim do valor monetário é apenas uma consequência acessória.
Jacque Fresco, um Americano Futurista falecido recentemente com 101 anos, autor do projeto Venus (https://www.thevenusproject.com/), “foi um autodidata projetista industrial, engenheiro social, escritor, professor, futurologista, inventor que trabalhou numa grande variedade de áreas desde inovações biomédicas a sistemas sociais totalmente integrados. Ele acreditava que suas ideias beneficiariam um maior número de pessoas e dizia que algumas de suas ideias vieram dos anos de sua formação durante a Grande Depressão.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacque_Fresco)
“Um dos temas principais de Fresco é seu conceito de uma economia baseada em recursos que substitui a necessidade da economia monetária orientada para a escassez, que temos atualmente. Fresco argumenta que o mundo é rico em recursos naturais e energia, e que – com a tecnologia moderna e a eficiência – as necessidades da população global podem ser atendidas com a abundância, e ao mesmo tempo remover as limitações atuais de que o que é considerado possível devido às noções de viabilidade económica.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacque_Fresco)
“In a Resource Based Economy the main focus is on the people and the environment. Producing a high standard of living for all human beings on Earth while restoring, preserving and enriching the environment around them requires the use of science and technology and also requires a higher degree of efficiency.” (https://www.thevenusproject.com/)
O Valor Humano que defendo não é baseado numa moralidade ultrapassada nem restritiva, ou aprisionadora, do Ser Humano. Mas tem em consideração as atitudes e comportamentos do Homem em Sociedade, de modo a conferir-lhe um dinamismo filosófico, psicológico e um aperfeiçoamento constante, que lhe permitam uma confiança fundada num Futuro melhor para TODOS, onde os princípios éticos e o humanismo estejam sempre presentes. É um Valor Humanista onde se encontram a Inteligência, a Consciência e o Futuro Coletivos em harmonia com a sustentabilidade da Biosfera. Os Valores que defendo não são crenças como Jacque Fresco os comparava frequentemente (*). São intrínsecos ao Homem com acesso a uma Educação de qualidade, e, bem orientada por profissionais competentes. Esses Valores estão fundamentados nos Valores Humanos que caracterizam a nossa espécie.
Aliás a Sociedade de Valor Humano que defendo é sustentada em quatro pilares essenciais: O Ser Humano; os Valores Humanos; a Educação de qualidade para todos; e, a sustentabilidade da Biosfera.
Deste modo, convém questionarmo-nos sobre o rumo que a Sociedade atual está a tomar e quais as consequências que esta poderá ter no Futuro do Homem.
Torna-se plausível perguntarmos:
- Poderá o Homem e a Sociedade civilizada sobreviver sem dinheiro?
- Poderá o Homem e a Sociedade civilizada sobreviver sem Valores Humanos?
As respostas afiguram-se-me óbvias. Se assim o consideram, então esses Valores não são de forma nenhuma crenças são elementos estruturantes da personalidade e do caráter do Ser Humano.
A Civilização atual e o fenómeno crescente da Globalização estão em sérios riscos de colapsar, qual Império Romano do passado. Os riscos que o conduziram ao colapso são muito semelhantes aos da atualidade.
O Homem evoluiu pouco como Ser Humano em 2000 anos de história. O saber e o conhecimento evoluíram muito, assim como tecnologia. Os processos civilizacionais acompanharam essa evolução mas a sabedoria do Homem não. Os erros estruturais do passado ancestral mantêm-se como marcas genéticas difíceis de desvanecer.
- Estará o Homem preparado para uma Civilização Global e planetária?
- Conseguirá o Homem construir essa Civilização Global em Paz duradoura, com um Futuro promissor?
São estas questões que cada um de nós deverá saber responder em profundidade e saber dar corpo, sem atropelos, mas com determinação, conhecimento, inteligência e consciência coletivas, em harmonia com a única Biosfera que habitamos.
Alfredo Sá Almeida 5 de Junho de 2017