O Mundo está perante um desafio enorme devido a uma ‘coisa’, que chamam vírus, e que se tornou em pandemia.
Vou explicar a razão porque chamo ‘coisa’ a um vírus. Primeiro que tudo, entre a comunidade científica os vírus não são unanimemente considerados ou classificados como Seres Vivos. A razão para esta divergência prende-se com o seguinte:
(https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/os-virus-sao-seres-vivos.htm)
“1) Alguns pesquisadores afirmam que os vírus são organismos que não devem ser considerados seres vivos. Para sustentar essa ideia, as principais afirmações feitas são:
- Os vírus não possuem células (acelulares), a unidade estrutural e funcional dos seres vivos. Essa característica contraria a Teoria Celular, que diz que todos os seres vivos são formados por células. Assim sendo, por não possuírem células, muitos afirmam que vírus não são seres vivos;
- Os vírus não apresentam potencial bioquímico que possibilita a produção de energia metabólica. Assim sendo, os vírus não são capazes de respirar e alimentar-se, por exemplo;
- Os vírus só são capazes de se reproduzir no interior de outra célula. Por essa razão, dizemos que eles são parasitas intracelulares obrigatórios.”
No entanto, para alguns pesquisadores são considerados como seres vivos:
“2) Os vírus realizam algumas atividades consideravelmente complexas. Eles são capazes, por exemplo, de “enganar” nosso sistema imunológico e causar doenças, atividade complexa para um ser sem vida, não é mesmo?
Muitos pesquisadores afirmam que os vírus devem ser, sim, considerados seres vivos. Para isso, eles utilizam algumas características desses seres para sustentar essa afirmação. Essas características são:
-
- Presença de material genético: RNA e/ou DNA. A presença desse material indica que esses organismos são capazes de transmitir suas características aos seus descendentes;
- Os vírus apresentam capacidade de evolução, ou seja, sofrem alterações ao longo do tempo, uma característica importante, uma vez que admitimos que os seres vivos mais bem adaptados sobrevivem no meio.”
Eu, como bioquímico, não dou crédito a uma ‘coisa’ que não se relaciona entre si, não é uma célula, não respira, não possui sistema metabólico energético, apenas é capaz de se ‘copiar’ (nem posso chamar de reproduzir) como parasita intracelular obrigatório (“Fora do ambiente intracelular, os vírus são inertes.” – Wikipédia) e matar o hospedeiro.
Pois bem, o Homem também se tornou numa pandemia da nossa Biosfera, ao longo dos milénios, mas é um Ser Vivo superior. O que o torna superior aos outros Seres Vivos é o facto de ter um cérebro evoluído e uma mente consciente, conhecedora e capaz de dominar os vírus (e não só).
É a nossa mente que faz TODA a diferença nesta ‘mega equação’ a que chamamos Vida e a que nem sempre damos o devido Valor.
A nossa mente tem uma capacidade enorme de aprendizagem, de correlacionar o conhecimento, de o integrar e de lhe dar um Valor. Por outro lado, os Valores Humanos foram acrescentados ao longo da nossa evolução dando um sentido superior à nossa vida. Temos de ter em consideração que “Metafisicamente, a vida é um processo contínuo de relacionamentos” – Wikipédia. Nesta matéria de relacionamentos o Homem ainda não se tornou um mestre.
Ora um vírus só tem um sentido ‘vazio’ – MATAR. Esta é a característica essencial dos vírus: – copiam-se dentro das células, aos milhares, até rebentarem com as células onde se copiaram e continuam o seu caminho do mesmo modo, até serem travados pelo sistema imunológico, por um medicamento anti-viral, ou pela morte do hospedeiro. Ou seja, um vírus é uma ‘coisa’ anti-vida.
Quantas vezes o Homem na sua caminhada pela vida foi capaz de se comportar como um vírus!
Ainda hoje, fui confrontado com a notícia de um teste experimental de um míssil hipersónico capaz de atingir cinco vezes a velocidade do som e chegar mais rápido ao ‘objetivo’ para matar o inimigo humano.
Enfim, o Homem ainda não aprendeu o suficiente para dar o devido respeito pela VIDA. Nem mesmo com aquilo que esta pandemia nos está a provocar. Estamos confinados a ficar em casa, limitados ou condicionados e devemos reduzir os nossos relacionamentos pessoais, por causa de uma ‘coisa’, um vírus.
No entanto, se soubermos ser inteligentes, aproveitarmos a sabedoria adquirida, valorizarmos a Vida e soubermos tirar partido daquilo que o vírus destruiu (Pessoas, relacionamentos, economia, empresas, postos de trabalho, etc.), talvez nos ajude a construir uma Consciência Coletiva e a mudarmos, transformarmos ou reformarmos a convivência em sociedade, corrigindo, construindo ou criando os elos de ligação entre Humanos que nos atrevemos a destruir ao longo dos tempos.
Nesta crise pandémica, os Líderes e os Homens do Poder souberam injectar dinheiro em toda a estrutura da Sociedade, como se o dinheiro fosse um elemento vital para o futuro do Ser Humano. Dando o exemplo de que o dinheiro não é problema.
Saberemos nós injectar Valores Humanos em TODAS as estruturas da Sociedade e revitalizar a construção de um Futuro digno de Seres Vivos e Humanos de Valor?
Por favor, meu caro Leitor não se torne num vírus!
Alfredo Sá Almeida. 21 de Março de 2020